OAB critica autorização de abertura de 34 novos cursos de Direito
Publicado por Rivaldo F. S. Mendonça Jr. JusBrasil
Na última segunda-feira, 14,
foi publicada, no DOU, a portaria 329/18 do
Ministério da Educação – MEC, que autorizou a
abertura de 34 novos cursos de graduação em Direito no Brasil. Ao todo, 5.070
novas vagas serão disponibilizadas com os cursos.
A região com o maior número de instituições autorizadas a abrirem os
cursos foi o Nordeste, com 15 novas graduações. O Centro-Oeste foi a segunda
região com o maior número de cursos autorizados, totalizando sete – três no
Mato Grosso e quatro em Goiás.
Nesta quarta-feira, 16, o
presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, divulgou, por meio de nota, o
posicionamento oficial da Ordem em relação à autorização de abertura dos novos
cursos de Direito. Para a OAB, ao autorizar a ampliação da oferta de vagas sem
uma profunda avaliação das graduações, o MEC permite que o "estelionato educacional se perpetue em
nosso país".
Segundo a OAB, a abertura dos cursos aparenta um avanço social positivo,
no entanto, o aumento no número de vagas fragiliza a boa formação dos alunos,
resultando em uma "enxurrada" de profissionais diplomados sem
condições de enfrentar a realidade do mercado de trabalho ou mesmo de
habilitar-se ao exercício da advocacia.
Confira a íntegra da nota.
________________
"A
sociedade brasileira novamente é atacada pelo MEC, que mais uma vez autoriza a
abertura de milhares de vagas de cursos de direito sem que uma avaliação
profunda seja feita, permitindo que o estelionato educacional se perpetue em
nosso país.
A
abertura de vagas dá a falsa impressão de que há um positivo avanço social rumo
ao ensino superior de qualidade. Na prática, o que ocorre é bem diferente. São
milhares de jovens estudantes e famílias inteiras lesadas pela baixíssima
qualidade de cursos criados sem levar em conta critérios básicos como a
necessidade social e a estrutura mínima para receber os dissentes, além da
falta de capacidade do mercado para recepcionar os alunos nas atividades de
práticas jurídicas.
A
ampliação da oferta de vagas – uma valiosa moeda de troca, especialmente em
período pré-eleitoral - fragiliza a boa formação dos alunos, o que resulta na
enxurrada de profissionais diplomados e muitos sem condições de enfrentar a
realidade de um mercado de trabalho competitivo ou mesmo de habilitar-se ao exercício
da advocacia.
O
MEC precisa urgentemente adotar uma política pública de fiscalização dos cursos
existentes, para que os alunos deixem de ser vítimas de um verdadeiro
estelionato promovido por instituições cujo interesse passa longe da qualidade
da formação, mas prioritariamente pelo lucro."
CLAUDIO
LAMACHIA, presidente nacional da OAB
Fonte: www.migalhas.com.br
E-mail:
rivaldofsmendonca@gmail.com
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